HISTÓRIA DA CIDADE

GUARAREMA

HISTÓRIA DA CIDADE

GUARAREMA

História

Segundo Aureliano Leite, em 1560, Braz Cubas se embrenha pelo sertão e descobre ouro em vasta sesmaria que chega quase à margem esquerda do Rio Anhembi (Tietê). A descoberta é comunicada ao Rei por carta datada de 25 de Abril de 1562. Em sua entrada pelo sertão, Braz Cubas desce a seguir pelo Rio Paraíba do Sul e, atravessando a Mantiqueira, esbarra no Rio São Francisco. Segundo o historiador, Isaac Grinderg, este foi o primeiro homem a pisar em nosso solo.

Em 22 de setembro de 1608 Gaspar Vaz obtém uma sesmaria em Mogi.

1611 – O próprio Gaspar Vaz fundou o Aldeamento da Escada, para onde foram levados índios já catequizados. Já em 1625, o aldeamento havia sido entregue aos jesuítas que sobreviviam da lavoura. Em 1652, os padres jesuítas erigiram a primeira capela no Arraial. Devido ao seu posicionamento geográfico, durante séculos a localidade constituiu-se como etapa obrigatória dos caminhantes que iam de São Paulo para o Rio de Janeiro e vice-versa. Por dar proteção aos índios, os jesuítas somaram muitos inimigos, inclusive Gaspar Vaz, que defendia a escravização dos índios. Os inimigos atacavam as aldeias e destruíam várias reduções jesuíticas ao sul do Brasil e Uruguai: tão frequente se tornaram estes ataques, que os jesuítas foram reclamar ao Papa, o qual em 1640 declarou todos os índios da América livres. Com o acontecido, os colonos decidiram pela expulsão dos jesuítas de toda a capitania.

 

Em 15 de dezembro de 1732, o índio chamado à moda portuguesa de Sebastião Silva, é nomeado capitão-mor dos Índios do Arraial da Escada e, nesse mesmo ano, a primeira capela foi demolida, em virtude de má conservação, para dar lugar a outra capela. Em 1734, com a vinda dos Franciscanos, ergueu-se um alojamento anexo que passou a funcionar como convento. Construído em taipa de pilão, o conjunto, representativo da Arquitetura Colonial Brasileira, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no dia 25 de janeiro de 1941. A capela recebeu o nome da Nossa Senhora da Conceição e logo passou a chamar-se Nossa Senhora da Escada. Há várias hipóteses para a mudança do nome. O fato mais provável talvez seja este: “Reza a tradição popular que os indígenas tinham por hábito colocar sobre a sepultura de seus mortos um farnel cheio de alimentos e uma escada para que a subida da alma até o reino de Tupã se realizasse de maneira tranquila. Conhecedores desse fato, os padres teriam tratado de esculpir degraus ao redor da Virgem, com o objetivo de estabelecer uma ligação entre as crenças pagãs e a religião adventícia, de modo a facilitar a catequização.

Conhecedores dos fatos ocorridos no Arraial da Escada, o padre da Vila de São Miguel, com o apoio do vigário da vara de São Paulo, André Baruel, autoriza o supervisor da Vila de São Miguel a levar para essa igreja as “imagens e alfaias” da Igreja da Escada junto com 46 índios, que ali viviam. Com isso, não concorda a Câmara de Mogi das Cruzes, que com o povo reunido vai a São Miguel e traz de lá as imagens e também, os índios que haviam sido tomados à Escada. (Leonardo Arroyo, “Igrejas de São Paulo”).

Foi o Arraial da Escada elevado a Freguesia da Escada, pela Lei n° 09 de fevereiro de 1846. Porém, esse fato foi revogado pela Lei n° 06 de 23 de maio de 1850, pois o Arraial teve atrofiada sua propriedade em consequência da atração exercida pelos outros vizinhos. Só em 1872, pela Lei n° 01 de 28 de fevereiro, foi definitivamente elevado a Distrito de Paz. Foram seus primeiros dirigentes: Benedito Antônio de Paula, Antônio de Mello Franco e Joaquim Alves Pereira. Como vigário da nova Paróquia que surgia, veio Padre Miguel Piemente e, em 03 de julho de 1872, a capela de Nossa Senhora da Escada foi instituída canonicamente e hoje faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.

Em 1875, Dona Laurinda de Souza Leite, a fim de auxiliar uma ex-escrava, Maria Florência, fez-lhe doação de um quinhão de terra situado às margens do Rio Paraíba, em lugar plano, distante 3,5 Km do Arraial da Escada, pouco acima da foz do ribeirão Guararema. Levada por sentimentos religiosos, Maria Florência deliberou construir numa parte do terreno recebido, uma capela para o santo de sua devoção, São Benedito. Com o auxílio de outras pessoas e algumas economias suas, Maria Florência em pouco tempo conseguiu terminar a construção da Capela de São Benedito. Aos poucos, foram se estabelecendo outros moradores nos arredores da capela, formando-se um vilarejo que recebeu o nome “Guararema”, do tupi-guarani “Pau D’Alho”, devido à abundância dessa árvore na região. Em julho de 1876, inaugurou-se o trecho da EFCB – Estrada de Ferro Central do Brasil, entre Mogi das Cruzes e Jacareí, com a passagem da estrada de ferro pela Vila. Esta se desenvolveu rapidamente e, pelo Decreto n° 8, de 08 de janeiro de 1890, a sede do Distrito de Paz da Escada foi transferida para o povoado de Guararema, que foi elevado à categoria de Município pela Lei n° 528 de 03 de junho de 1898. Como era preciso ter um prédio para a Câmara e outro para cadeia, logo construídos em 19 de setembro de 1899, com a instalação da Primeira Câmara Municipal de Guararema, foram empossados: Major José de Paula Lopes, Joaquim Paião, Maximino Prudêncio de Mello, Benedicto Pinto de Souza, Joaquim Alves Pereira e Benedicto de Souza Ramalho. Em 23 de setembro de 1899, foram realizadas eleições dos Poderes Municipais, sendo Presidente o Major José de Paula e Vice-Presidente Joaquim Paião. Foi o 1° Intendente Municipal (Prefeito): Benedicto de Souza Ramalho, Benedicto Pinto de Souza e Maximino Prudêncio de Mello. A denominação dos habitantes do município é “Guararemense”.